sexta-feira, 18 de abril de 2014

(in)perfeição

"O amor acontece quando desistimos de ser perfeitos."
Pedro Chagas Freitas

Mas como se luta contra nós mesmos? Qual é a melhor arma?

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Amor-de-verdade

Só um Mundo de Amor pode Durar a Vida InteiraHá coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. 

O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixonade verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. 

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios.Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. 

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. 
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? 

O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. 

O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. 

O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. 
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Expresso'

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

I am

A experiência da minha vida até à data, foi certamente o interrail. Fez-me ter a certeza de que não existe muito mais capaz de me preencher tanto quanto viajar. E é este tipo de viagem que me enriquece. Viagens sem luxos, sem espaço para grandes despesas. Faz-me procurar, descobrir, conhecer, perguntar, falar, arriscar e é aí que conheço o melhor do lugar, das pessoas e da vida. É aí que aprendo e cresço. É aí que viajo verdadeiramente.
Quero isto. Definitivamente e irremediavelmente preciso disto. Para ser eu mesma.
E descobri o resto de mim. 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

"When I look at her it hurts, it hurts inside"
Inesperadamente relembrei o sabor daquela paixão ardente, daquele amor que retira todo o oxigénio e nos prende as pernas. Aquele fervilhar de sentimentos, querer, ir, ter, não ir, não ter, não querer. Aquela saudade inigualável e a ânsia de um simples olhar ou um simples sorriso.
"Give a little time to me"
É sem dúvida esta a minha forma de viver. Livre. Por minha conta. Independente. Sem amarras para além das do meu porto de abrigo.
Contudo, por vezes questiono-me: será assim porque eu o quis, ou porque ninguém fez com que quisesse de outra forma?
"Give me love, just to taste it again"

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

meias? medidas? meimedidas?

A vida não tem meias medidas. Gosto de pensar que nem tudo é preto ou branco, pode existir um cinza, claro ou escuro. Mas, para a vida, tal coisa não tem qualquer sentido.
22:17. Eu sei aquilo que tenho e o que pretendo. Sei quais são os meus sonhos. Imagino como gostaria que fosse o meu amanhã. Controlo. Tenho-o. A vida. É minha! Liberdade.
Será?
Gosta de nos fazer pensar que temos poder sobre ela. No momento seguinte, dá uma volta, boa ou má, muda. 22:21. Tudo diferente. Já vejo o chão fugir-me dos pés. Já me chegam pensamentos que não se aproximaram nunca. Até os sentimentos reavivam as suas cores. Pintam-se os mais esbatidos. Os padrões revelam-se. Pairará aquilo que importa realmente? Quem realmente ME  importa?
22:25. O que fica? O que queremos que fique? Ou os que querem ficar? 22:26. Welcome.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

8u88le

paisagem em bolha de sabao Paisagens em Bolhas de Sabão: Fotógrafo Tom Storm faz Fotos Incríveis
Hoje quero isolar-me do mundo. Nao quero ver a luz do sol. Quero uma bola de sabão só minha, para chegar ao infinito.
Mas tambem é hoje que quero ver tudo. Quero fogo de artificio e cor. Quero sentir tudo e viver.
Hoje quero o tudo e o nada. Posso? 
Hoje, sim. Só hoje.

quarta-feira, 28 de março de 2012

certezas das duvidas

I'm just tired.